segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Syrah vs Shiraz

Este é um duelo em que todos muitas vezes pensamos. Casta contra Casta, Velho contra Novo Mundo e País contra País. Apesar de terem estado mais alguns intevenientes, venho aqui destacar um frente a frente entre dois vinhos da mesma casta, de "mundos" diferentes e de países geográficamente opostos. Por um lado o nosso alentejo que digamos que importou uma variedade de castas internacionais, que felizmente se dão muitos bem com os nossos solos e que se podem cada vez mais considerar como nossas. Por outro, a grande Austrália que cada vez mais se assume um dos principais países produtores de vinhos no mundo inteiro e de onde provêm grandes vinhos das grandes castas internacionais.


Incógnito 2003
Produtor - Cortes de Cima
Região - Alentejo
Grau - 14,5% vol
Feito a partir da casta Syrah, este vinho estagiou 8 meses em barricas de carvalho francês e americano.
Provado em prova cega, este vinho apresentou uma côr retinta. O aroma sugeria à partida a casta e mostrava-se com aromas de fruta muito madura, alguma especiaria e principalmente aromas de cacau, chocolate, torrefacção e sensação tostada sob ligeira sensação de licôr. Se o aroma já podia sugerir um vinho algo madurão, na boca veio a confirmação sob a forma de um vinho encorpado, espesso e doce, que mostra taninos redondos e polidos sob final de boa persistência.
Nota 17,5


Mitolo Jester Shiraz 2004
Produtor - Mitolo Wines
Região - Austrália (Maclaren Vale)
Grau -
Também feito a partir da casta Syrah, este vinho estagiou 9 meses em barricas de 2º a 4º ano, de carvalho francês.
Provado em prova cega, apresentou uma cor carregada, opaca. No nariz um vinho que também mostra bem a casta de que provém, com aroma de muita fruta a sugerir amoras e cerejas que ombreiam com as especiarias, o cacau e a baunilha. Na boca é um está harmonioso, fino, redondo e sobretudo equilibrado. Não sendo um vinho muito complexo, é extremamente agradável e muito bem feito.
Nota 16,5


Como resumo, pode-se dizer que o nosso Incógnito levou a melhor, mas teremos neste caso de ter em conta o preço de cada uma das partes. Se por um lado o Incógnito rondará os 45-50€ numa garrafeira, o Jester não deve passar dos 19€. O que nos permite afirmar que não havendo muita diferença na qualidade entre estes vinhos, levando a melhor o alentejano, no preço, o australiano é rei e senhor.

2 comentários:

Anónimo terça-feira, outubro 30, 2007 8:08:00 da manhã  

Ora viva...
So um pequeno comentario: O Incognito nao tem nada de "velho-mundo"!!!! A nao ser o facto de ser produzido em Portugal. E bem capaz de ser o vinho mais "novo-mundo" de Portugal. Quanto ao preco tenho de concordar - caro para o que oferece....

Abracos
Pedro Guimaraes

Pumadas terça-feira, outubro 30, 2007 9:31:00 da manhã  

Viva,
Eu também não disse que se tratava de um vinho ao estilo Velho Mundo (a introdução era generalizada), no entanto o incógnito é um vinho muito alentejano, no sentido de ser algo "madurão" bem como algo adocicado.

Abraço,

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