Carrocel 2007
O que dizer de Álvaro Castro? Na verdade, para nos portugueses, é sobejamente conhecido o seu nome, e o que tem feito pelo relançamento da região do Dão.
O Álvaro Castro é daqueles produtores experimentalistas que não tem qualquer dificuldade em arriscar, em tentar fazer vinhos no limite do desastre. No entanto, é este génio irrequieto, este viver no perigo, que nos tem dado vinhos belíssimos.
Tudo começou em 1989, com a sua primeira colheita do seu Quinta de Saes, que aliás tive a oportunidade de ontem também provar. O vinho mantinha-se vivo, apesar de acusar um pouco os anos que passaram. Apesar desse vinho, que marca o inicio da era Álvaro Castro, no Dão, foi o novíssimo Carrocel 2007, que me fez escrever sobre mais uma colheita deste vinho especial.
Quinta da Pellada Carrocel 2007
Produtor - Álvaro Castro
Região - Dão
Grau - 13% vol
Preço - A partir dos 40€
Esta é uma novidade, que apenas estará no mercado já depois de o verão ter passado por nós, e eventualmente já bem dentro do Natal, ou mesmo no inicio do próximo ano. Feito a partir da Casta Touriga Nacional, este vinho tem uma vinificação muito especial. Passa 2 Invernos a estagiar em barricas, passa de lagar para lagar, sofre transfegas sucessivas de 3 em 3 meses. Realmente algo que apenas o Álvaro Castro podia pensar. Um colosso de confusão.
Sempre que bebi as edições anteriores, quando foram lançadas, fiquei sempre com a sensação de um vinho muito bruto, um diamante por lapidar, no entanto, o Carrocel que bebi ontem era mesmo a antítese dos anteriores.
Mal desencarcerava a rolha, libertava-se a "marca" da Touriga do Álvaro Castro, até aqui o costume. O vinho apresentava um aroma tão afinado, tão preciso. Mantém o mesmo perfil aromático é certo, com toda a exuberância floral, as notas de barrica, o fruto maduro, e algum vegetal, no entanto, tudo estava muito bem delineado, muito bem definido, qual relógio suíço. Uma jóia de aroma.
Na boca a confirmação de um vinho novamente afinado demais para o costume. Os taninos de uma fineza incrível, cheios de sabor, o corpo, aveludado a envolver-nos na profundidade deste, o vinho, encorpado, permitia afirmar que estava "prontinho", mercê de uma afinação, de uma precisão profundamente inesperada, que a boca apresentava. Longo e seco no final, com uma acidez preponderante, transforma, para já, e na minha humilde opinião, o melhor Carrocel que bebi.
Não é um vinho que possa recomendar peremptoriamente, pois o preço assim não permite, no entanto, deixou a aqui a seguinte afirmação que resulta de uma convicção pessoal: Quem tiver a fortuna de ter pela frente este vinho, beberá sem margem para dúvida um dos grandes vinhos que Portugal viu nascer.
Nota 18-18,5
O Álvaro Castro é daqueles produtores experimentalistas que não tem qualquer dificuldade em arriscar, em tentar fazer vinhos no limite do desastre. No entanto, é este génio irrequieto, este viver no perigo, que nos tem dado vinhos belíssimos.
Tudo começou em 1989, com a sua primeira colheita do seu Quinta de Saes, que aliás tive a oportunidade de ontem também provar. O vinho mantinha-se vivo, apesar de acusar um pouco os anos que passaram. Apesar desse vinho, que marca o inicio da era Álvaro Castro, no Dão, foi o novíssimo Carrocel 2007, que me fez escrever sobre mais uma colheita deste vinho especial.
Quinta da Pellada Carrocel 2007
Produtor - Álvaro Castro
Região - Dão
Grau - 13% vol
Preço - A partir dos 40€
Esta é uma novidade, que apenas estará no mercado já depois de o verão ter passado por nós, e eventualmente já bem dentro do Natal, ou mesmo no inicio do próximo ano. Feito a partir da Casta Touriga Nacional, este vinho tem uma vinificação muito especial. Passa 2 Invernos a estagiar em barricas, passa de lagar para lagar, sofre transfegas sucessivas de 3 em 3 meses. Realmente algo que apenas o Álvaro Castro podia pensar. Um colosso de confusão.
Sempre que bebi as edições anteriores, quando foram lançadas, fiquei sempre com a sensação de um vinho muito bruto, um diamante por lapidar, no entanto, o Carrocel que bebi ontem era mesmo a antítese dos anteriores.
Mal desencarcerava a rolha, libertava-se a "marca" da Touriga do Álvaro Castro, até aqui o costume. O vinho apresentava um aroma tão afinado, tão preciso. Mantém o mesmo perfil aromático é certo, com toda a exuberância floral, as notas de barrica, o fruto maduro, e algum vegetal, no entanto, tudo estava muito bem delineado, muito bem definido, qual relógio suíço. Uma jóia de aroma.
Na boca a confirmação de um vinho novamente afinado demais para o costume. Os taninos de uma fineza incrível, cheios de sabor, o corpo, aveludado a envolver-nos na profundidade deste, o vinho, encorpado, permitia afirmar que estava "prontinho", mercê de uma afinação, de uma precisão profundamente inesperada, que a boca apresentava. Longo e seco no final, com uma acidez preponderante, transforma, para já, e na minha humilde opinião, o melhor Carrocel que bebi.
Não é um vinho que possa recomendar peremptoriamente, pois o preço assim não permite, no entanto, deixou a aqui a seguinte afirmação que resulta de uma convicção pessoal: Quem tiver a fortuna de ter pela frente este vinho, beberá sem margem para dúvida um dos grandes vinhos que Portugal viu nascer.
Nota 18-18,5
2 comentários:
Tenho seguido (felizmente) os Carrocel. São realmente grandes vinhos.
Já provei uma vez...Mas o que mais de interessante acho neste vinho é o tipo/ técnica de vinificação...
O nome do vinho está bem dado.
Abraços
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