quarta-feira, 15 de julho de 2009

Espanha - Dia 4 - Grupo Yllera


Foi a vez de visitar um produtor já com uma estrutura muito maior. Foi na DO Rueda que fomos ao encontro do Grupo Yllera.
Foi uma visita muito interessante, não pela sua grandeza, pela sua estrutura, mas sim, e não é pouco, pela vida que conseguiram dar ao local de visita obrigatória de que dispõem, que são as antigas adegas subterrâneas do século 15. Mas a elas vamos daqui a nada.

Apesar da sua considerável grandeza, a empresa é gerida pela família, que deu o seu nome a este projecto. Já a contar com quase 30 anos de existência, este produtor incide a sua produção em várias DO's como Rueda, Ribera del Duero, Toro, Rioja e ainda os Tierra de Castilla e León.



Começamos por uma breve visita à adega principal, uma vez que dispões de mais duas, e ouvimos um pouco as explicações normais de como funciona a adega e o seu método de trabalho. Até aqui nada de novo, e às vezes fico a pensar que uma adega é uma adega, só muda a dimensão e este ou aquele pormenor, mas ainda assim acabo sempre por ver algo diferente e gosto sempre de as visitar.



Passámos para o enorme parque de barricas, que parecia não acabar. Na maioria dos produtores que visitámos, notei que usam sempre as barricas empilhadas em enormes estruturas. Pouco se vê por cá.




Passámos então para a sala de provas, muito interessante, com a sua invocação de "taberna" à moda espanhola, e com uma pequena garrafeira familiar, logo ao lado. O pormenor mais interessante, além dos vinhos obviamente, foi que a mesma garrafeira servia para manter os presuntos. Muito à Espanhol.....




Hora de ir para o almoço, onde íamos não só provar os vinhos mas também ver a estrutura enoturística, o chamariz se quisermos, que têm à disposição dos seus visitantes.
Entramos e começa uma pequena visita à parte térrea, onde encontramos muitas mais barricas, presumo de algum vinho mais especial, de pouca produção. O que estava em baixo de nós era o tesouro da casa, o ai jesus do director financeiro da empresa, a maior fonte de investimento do grupo.
Por baixo de nós estava um labirinto, isso mesmo, um labirinto de adegas, de corredores que nunca mais acabava e a que os proprietários deram o nome de "El Hilo de Ariadna",.
Os Yllera transformaram, e digo-vos que muito bem, este legado histórico, num pólo de atracção para quem quer visitar estruturas ligadas ao vinho, mas com uma enorme componente histórica e cultural.
Este labirinto, que aliás, cada vez mais vai aumentando a sua extensão, mercê do facto de todos os dias descobrirem mais galerias, nos seus trabalhos, quase diários de perfuração, já conta com 3 km de extensão.
Se já de si o facto de estarmos algumas dezenas debaixo de terra, num labirinto com mais de quinhentos anos, já é de si algo que posso considerar de muito interesse, o produtor ainda teve a fantástica ideia de lhe dar vida, de lhe associar uma história, neste caso da mitologia grega, associando este labirinto ao labirinto mais famoso, o labitinto do Minotauro. Aliás, o próprio nome indica esta ideia, uma vez que "El Hilo de Ariadna", em Português significa o "Fio de Ariadne", é segundo a mitologia Grega, o fio que esta ofereceu a Teseu para que este, depois de matar o Minotauro, pudesse voltar para fora do labirinto.
Toda a estrutura está então ornamentada com alusões à história de Ariadne, de seu pai Rei Minos, de Teseu e do próprio Minotauro.
Obviamente que vimos muito pouco, pois muito existe para ver e penso que nem toda a extensão é visitável. Mas o que deu para ver, foi realmente muito interessante, muito compensador. Estava-se bem ali em baixo. Deixo-vos algumas imagens do local, que são bem mais interessantes que a minha escrita.


O almoço acabou por chegar e decorreu numa das galerias. Ai tivemos oportunidade de conhecer um pouco mais da história da casa e confraternizar com os seus responsáveis. Bela sopa e maravilhosas as "chuletas".

~

Os vinhos, estiveram em bom plano durante o almoço. Começámos com as bolhinhas da casa, um Cantosan, que se mostrou bem fresco, franco e prazenteiro.

Os tintos eram mais interessantes, mesmo os de entrada de gama, os Bracamonte, com maior tiragem, mostravam-se muito bem feitos, cumpridores e saborosos. Nos vinhos com maior estágio, tinham maior complexidade e mostravam algum potencial de guarda.
Não provámos nenhum dos vinhos de topo naquela altura, mas acabei por os provar mais tarde na Vinexpo, e confesso que tive alguma surpresa no que provei. Os vinhos eram mesmo bons. Algo duros e potentes em jovens, mas com enorme potencial de guarda.

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