terça-feira, 19 de julho de 2011

Portugal Tour II

Continuando........


Dia 3 (29 de Junho de 2011)


Valle Pradinhos
Começámos muito cedo a provar. Eram 9h da manhã e já estávamos prontos. Começámos muito bem. Para mim, uma alegria pelo facto do branco de 2010 ter deixado aquele estilo "enjoativo", que ,e fez abandonar os brancos da casa. Parece-me uma reedição da colheita 2005, que aponta mais para o lado mineral do vinho. Muito bem.
Nos tintos um excelente Pradinhos 1990, ainda cheio de força e vigor, e um Pradinhos 2007 que se mantém fiel ao estilo da casa, muito terroso. É bom, quando as coisas ainda são o que eram, ou pelo menos aproximam.se disso.


Quinta das Apegadas
Para esta Quinta, um sonho de um casal, era a minha primeira prova a sério. Não me desiludiu, é certo, mas fiquei ainda com a sensação que há lugar a melhorar. Convenceu-me um estilo de branco de entrada de gama, muito fresco e muito descomprometido. Também precisamos de vinhos assim. No branco Reserva, a colheita 2010 pareceu-me muito melhor que a anterior, que já apresentava alguns traços de oxidação. Convenceu-me ainda um vinho, com o nome de código D60, que será o topo da casa. Muita profundidade e muita força num registo muito duriense.
Um produtor a seguir de perto.


Aneto
Não é para mim muito difícil provar vinhos que há partida sei que vou gostar. Eu sempre gostei dos Aneto quer fossem brancos quer fossem tintos. Ora, 2009 pareceu-me ter sido um grande ano para o Francisco Montenegro, o seu branco reserva está fantástico e a pedir mais alguma garrafa, o Aneto tinto está excelente, com tudo no seu sitio e também ele a pedir garrafa por mais uns meses pois vai ainda melhorar.
No final, os Grande Reserva 2008 e 2009 acabaram por me convencer. São vinhos no limite mas não podem deixar de ser considerados excelentes vinhos. Nenhum quis mostrar que está para beber e devem ser guardados por um par de anos. Os taninos ainda são colossais. Gosto deste produtor


Quinta Nova
Outro grande projeto do Francisco Montenegro. Esta foi uma prova muito iluminadora para mim. Em primeiro lugar porque fizémos duas verticais, de Touriga Nacional e de Grande Reserva, onde estes últimos mostraram-se todos excelentes. Desde a sua primeira colheita, a de 2005, os Grande Reserva mostraram-se ainda cheios de vigor, com taninos ainda jovens e muito saborosos. Todos em excelente forma. O 2007 mostrou-se diferente dos demais, com muito carácter no perfil aromático e o 2009 promete ser um dos grandes vinhos do Douro. Os Touriga são também muito bons, no entanto, não mostram a complexidade e os taninos dos grande Reserva. Nestes, também o 2009 se mostrou num nível muito bem. Excelente prova e um produtor que está a dar cartas no Douro. Muito bem.


Durante a tarde, visitámos a Quinta de la Rosa, onde tivemos oportunidade de provar os vinhos da Casa, os Poeira, os Real Companhia Velha e ainda os Lavradores de Feitoria. Em suma, uma tarde em cheio.


Lavradores de Feitoria
Ainda me lembro dos vários vinhos lançados por esta marca, que compreende mais de 20 produtores, que se associaram. Sempre gostei dos seus vinhos e agora fez algumas alterações no estilo de alguns dos seus vinhos. Nos brancos, excita-me a qualidade dos seus 3 bagos, que apesar de serem bastante baratos, são vinhos que dão enorme prazer e são muitíssimo bem feitos. Grandes RPQ. O Meruge 2007, está um vinho completamente diferente no estilo que o viu nascer. Apresenta-se super fino, super elegante, mas cheio de sabor e decadência. Irresistível.
Num estilo mais austero, apresenta-se o Quinta da Costa das Aguaneiras 2008, que quer ser um vinho que mostra de certo modo a dureza do Douro, as suas dificuldades. Está um vinhão, que precisa de tempo. Por fim o Grande Escolha, que me pareceu neste edição, a de 2008, muito completo, aliando a elegância à profundidade, à opulência e à largura de boca. Belo vinho. Uma prova muito consistente.


Poeira
É-me difícil falar deste produtor, sem me entusiasmar. Não é por mero acaso que se trata de um dos meus produtores preferidos no Douro, e tudo por causa do fabuloso Poeira. Por falar nele, um "aviso à navegação", o Poeira 2009 é enorme e imperdível.
Feito o aviso anterior, segue aqui um outro, o Pó de Poeira branco 2010 é provavelmente o melhor que o Jorge Moreira fez até à data e como tal vai entrar diretamente para os meus preferidos. Na versão tinto, o 2009, mostrou-se também ele de nível superior, encurtando um pouco a distância para o seu "irmão", o que no meu entender não é nada fácil. Magistral trabalho nestas novas colheitas.


Quinta de la Rosa
Mais uma emblemática Quinta no Douro. Associado a um enoturismo de charme, os seus vinhos continuam a melhorar ano após ano, e a sua colheita de 2009 está melhor que nunca. O Quinta de la Rosa Reserva 2009 é um vinhão, que alia a concentração e os taninos muito jovens, a uma frescura pouco habitual neste vinho. Pareceu-me muito bem mesmo. O La Rosa 2009 está delicioso, a mostrar que não será necessário gastar muito para termos à nossa frente um vinho que nos dá imenso prazer. Nos brancos a coisa é diferente e acabei por não ficar tão entusiasmado, apesar de se terem apresentado muito bem.


Real Companhia Velha
Ora aqui está uma das provas que aguardava com maior ansiedade, para sentir o pulso a este gigante do Douro, ainda para mais já com o Jorge Moreira (Poeira, La Rosa) à frente da enologia da Casa. A prova acabou por ser um pouco ensombrada com alguma peripécias mas de uma forma geral deu para perceber que existe muita vontade e talento para melhorar. Alguns vinhos, nomeadamente nas gamas de entrada, como os Murça ou Evel, estavam muitíssimo bons e a mostrarem que vale a pena gastar o pouco que pedem por eles. Nos topos, os taninos jovens indicavam que são vinhos de guarda, vinhos que ainda o tempo os terá de amaciar. A Companhia parece estar a querer voltar aos seus tempos áureos. A seguir de bem perto.


Continua.....

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